Você já parou para pensar em quantos detalhes aram despercebidos durante o trajeto que você faz todos os dias de casa até o trabalho, escola ou faculdade? Você já parou para pensar em quantas belas conversas você perdeu por estar tão concentrado no celular?
Na charge acima vemos um exemplo de como o vício no celular (nomofobia) pode ser prejudicial em relação a nossa interação social fora das telas, em que muitas vezes deixamos de estar presentes, interagindo e sorrindo com as pessoas que amamos para acompanhar a vida – muitas vezes irreal – de outras pessoas na internet.
Além disso, os hábitos imediatistas que adquirimos graças a tecnologia e a rotina exaustiva romantizada na internet são fatores que contribuem para que os nossos trajetos do dia a dia geralmente sejam corridos, visando a otimização de tempo. No entanto, isso faz com que vários detalhes simples, mas muito especiais do percurso– e da vida – se tornem banais e em despercebidos.
Em um desses meus caminhos de volta para casa, percebi que haviam casas e coisas que eu nunca tinha reparado que existiam, mesmo ando por essa mesma rua todos os dias, há muitos anos. Com isso, me peguei refletindo sobre quantas coisas bonitas as pessoas deixam de reparar por estarem sempre com pressa e focadas no seu destino.
Que o uso excessivo de telas trouxe vários problemas para as pessoas todos já sabem, mas que os momentos na ausência destes podem ser motivos de felicidade é novidade.
Geralmente, quando pensamos na palavra “felicidade”, o que vem em mente são momentos únicos ou coisas especificas e importantes da vida, quando na verdade, a felicidade pode ser sentida e vivida com muito mais frequência do que muitos imaginam. Já pararam para pensar que o extraordinário mora justamente no ordinário?
O vício no celular, muitas vezes, se dá como uma válvula de escape para fugir um pouco da vida real e distrair a mente dos problemas que são difíceis de lidar, mas na realidade, para termos mais momentos de felicidade, às vezes basta apenas mudar o nosso olhar para o mundo.
Em muitos casos, esperamos grandes acontecimentos chegarem para que possamos ser felizes, mas se olharmos ao nosso redor com mais atenção e gratidão, as coisas mais simples da vida podem se tornar motivo de felicidade.
Existe uma frase que gosto muito, que diz que “a alegria está nos olhos de quem vê” e se levarmos isso em consideração a vida tende a ser bem mais leve do que é. Dar mais valor aos momentos que amos com quem amamos, a cada pôr do sol que vimos, o cheiro de terra molhada quando chove ou o simples prazer e privilégio de comer uma comida que gostamos.
Se abrirmos os olhos para as coisas mais simples da vida e percebermos que cada dia é uma nova chance de ser feliz, os sorrisos serão muitos. Até mesmo os privilégios que temos são motivos muito grandiosos para ser feliz.
Outra consequência do uso das redes sociais é a polarização que o algoritmo poder causar, fazendo com que as pessoas fiquem em uma “bolha”, interagindo apenas com outras pessoas de realidades e classes sociais semelhantes, mas é muito importante sair dessa bolha para ver o quão privilegiados somos em muitas coisas da vida e ter mais gratidão pelo que temos.
Você já observou o mundo fora das telas hoje? Já disse “eu te amo” para as pessoas mais importantes da sua vida? Um simples “bom dia” e um sorriso podem mudar o dia de uma pessoa. Aproveite cada chance que um dia novo te dá e aproveite as coisas simples da vida.
Tábita Luiza de Ávila Dutra, 18 anos, mora em Pelotas, Rio Grande do Sul. Está se preparando para ingressar na faculdade de medicina. Ela fez Academia Educar on-line e hoje atua como monitora e acredita que o protagonismo começa olhando para o outro.