Com a autoridade de quem tem 34 anos, ou por diversos clubes do futebol brasileiro e ostenta inclusive a condição de melhor zagueiro da Liga Europa de 2015, o zagueiro Douglas Bacelar deu uma espécie de “puxão de orelhas” na diretoria bugrina nesta quarta-feira (29).
Ao comentar sobre a situação do Guarani, que ocupa a vice-lanterna da Série B, ele reconheceu a grande parcela de culpa dos jogadores, mas, por outro lado, lembrou de um detalhe: “Estamos em maio e, em cinco meses o Guarani já teve três treinadores”, contabilizou.
O titular da zaga bugrina reconhece que a troca frequente de técnicos está relacionada à cultura do futebol brasileiro, mas faz um apelo por mudanças. “Quando estamos começando a nos adaptar à ideia de um treinador e acontece a interrupção fica mais difícil. Aí chega um novo treinador com novos conceitos e é necessária uma nova adaptação.”
Diante das mudanças, Bacelar lembra que o técnico Júnior Rocha ainda não completou um mês de trabalho e enfrenta dificuldades, como a sequência de jogos e os desfalques, já que 11 jogadores estão em recuperação no departamento médico. Por isso, entende que o elenco precisa se unir junto com o treinador para dar uma resposta dentro de campo o quanto antes.

“Existia uma grande expectativa nesses dois jogos seguidos que fizemos em casa, mas os resultados não vieram”, lamenta, lembrando da derrota por 2 a 1 contra o América-MG e o empate de 0 a 0 com o Paysandu nas duas últimas rodadas. “Agora, vamos ter que buscar fora de casa os pontos perdidos aqui.”
Para Bacelar, o treinador está no caminho certo no ajuste da equipe. “Houve uma prioridade na organização defensiva e, para nós, defensores, foi importante não ter sofrido gol no último jogo. Agora, está havendo uma atenção maior ao setor ofensivo.”

O zagueiro aponta a necessidade de reação urgente, mas sem desespero. “Senão, quando acordarmos, as equipes já se distanciaram na tabela”, argumenta.
Destacando que o elenco foi formado para brigar pelo G4, o jogador ite o incômodo com a situação atual. “A ideia inicial, quando cheguei, era lutar na parte de cima da tabela e o grupo que foi montado tem condições para isso”, lembra. “Então, não podemos aceitar essa situação atual.”

O Guarani volta a campo na terça-feira (4), quando enfrenta o Mirassol, fora de casa. O adversário vem de derrota para o Amazonas na Arena da Amazônia, mas em seus domínios tem 100% de aproveitamento nesta Série B.
Na oitava colocação, soma 11 pontos e está a dois do G4. Já o Guarani é o vice-lanterna, com 4 pontos, mesmo número do último colocado Botafogo-SP, que leva desvantagem no primeiro critério de desempate – enquanto a equipe de Campinas venceu uma vez, a de Ribeirão Preto não ganhou nenhuma.