A história e a memória se fazem presentes em muitos cantos de Campinas. São bustos e monumentos em homenagem a figuras de destaque como Bento Quirino, Carlos Gomes,Campos Sales, Dom Barreto, dentre outros, e espaços públicos que remetem a fatos marcantes da trajetória da cidade. Casarões iráveis, alguns restaurados e tantos outros aguardando cuidados, se abrigam pela região central, relembrando épocas importantes do desenvolvimento do município.

Palácio da Mogiana
O Palácio da Mogiana é um edifício histórico localizado no Centro da cidade de Campinas. O prédio tem faces para a Rua Visconde do Rio Branco, Avenida Campos Sales e Rua General Osório, ocupando aproximadamente metade de um quarteirão. Atualmente abriga o AT (Centro Público de Apoio ao Trabalhador), da Prefeitura Municipal de Campinas. Sua história está ligada ao crescimento das plantações de café no sentido norte-nordeste da região de Campinas, e o avanço da cultura ao interior do estado de São Paulo, a demanda pela estrada de ferro ampliou-se. Neste momento surge a necessidade de instalação de um Escritório Central da Cia. Mogyana de Estradas de Ferro em Campinas e um primeiro imóvel foi então locado na esquina das ruas General Osório e Anchieta. Em 1890 a Companhia adquiriu uma propriedade, uma chácara com casa assobradada, onde em 1891 iniciou a construção da sua sede, que ou por várias transformações e adaptações de pavilhões ao longo dos anos, acompanhando a evolução e o desenvolvimento da cidade. Com a estatização das ferrovias em 1971, a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, foi incorporada na formação da Fepasa – Ferrovias Paulistas S/A. Em 1998 como pagamento de dívidas estaduais junto ao Governo Federal o imóvel e outros bens do Estado de São Paulo foram entregues ao Ministério da Fazenda.

Monumento-Túmulo Carlos Gomes
O Monumento-túmulo está localizado na mesma praça onde encontram-se o marco zero da cidade e o Jockey Club Campineiro. Feito em granito, ostenta em corpo inteiro a estátua em bronze do maestro, que se apresenta em atitude de regente de orquestra. Na base, uma figura de mulher, também em bronze, representa a cidade de Campinas. A obra é do escultor Rodolfo Bernadelli. Carlos Gomes nasceu em Campinas, em 11 de julho de 1836. Morreu em Belém do Pará, em 16 de setembro de 1.896, sendo seu corpo conduzido para Campinas e enterrado em seu monumento-túmulo em 2 de julho de 1905.

Monumento Túmulo aos Voluntários de 1932
Grandioso mausoléu com forma de bandeira paulista e que apresenta na parte central a figura em bronze do Soldado Constitucionalista, encimado pelo brasão de São Paulo e pelos versos, também em bronze do poeta campineiro Guilherme de Almeida. Em cada uma das colunas menores, inscreve-se o nome de um soldado campineiro morto em combate. Executado pelo escultor Marcelino Velez. O movimento revolucionário eclodido em 1932, em São Paulo, visando a constitucionalização do país, empolgou o povo paulista que se bateu unânime contra a ditadura reinante.

Monumento Bicentenário de Campinas
Inaugurado em 1974, com finalidade de comemorar o bicentenário da cidade, foi concebido pelo escultor Lélio Coluccini, e está situado no antigo Largo das Andorinhas. O monumento foi criado com base em dois elementos fundamentais: o número dois, alusivo ao Bicentenário da cidade, e o crescimento vertiginoso de Campinas ao longo do tempo. Esses elementos explicam a peça básica da obra, executada em concreto aparente, com vinte e oito metros de altura, sete metros de largura e sete metros e meio de comprimento. Possui em sua parte frontal, saindo da base uma figura em bronze de uma mulher coroada com quatro metros de altura, segurando o “Brasão de Campinas” e com uma área vazada no peito, em forma de coração. A figura representa a “Princesa do Oeste”, que tem o coração aberto a quantos procurarem a cidade e a todos os seus filhos. O pilar básico possui a data da fundação da cidade em bronze na sua base e a data do Bicentenário no alto.

Solar do Barão de Itapura
De propriedade de Joaquim Policarpo Aranha, Barão de Itapura, nascido em Ponta Grossa no Paraná, mudou-se muito jovem para Campinas, tornando-se um dos cafeicultores mais prósperos do final do Império, dono das fazendas Chapadão, Dois Córregos, Bom Retiro e Atibaia. Após a sua morte, em 1902, o solar em que residiu foi herdado por sua filha, Isolethe Augusta de Souza Aranha, e doado à Diocese de Campinas, em 1921. Desde 1955, a PUC-Campinas encontra-se instalada neste edifício. O antigo Solar do Barão de Itapura foi concluído em 1883. Obra do engenheiro Luis Pucci, o imóvel em estilo renascentista italiano, possui colunas da ordem jônica e sistema estrutural em alvenaria de tijolos. Na fachada principal as janelas são em arco pleno, no pavimento inferior, ando, no superior, a vergas retas encimadas por pequenos frontões triangulares.

Nova Casa de Câmara e Cadeia
A antiga Casa de Câmara e Cadeia situava-se, nos extremos da atual Praça Bento Quirino, onde se localiza o edifício do Jóquei Clube Campineiro, no coração da vida política, cultural e religiosa da freguesia, da Vila e posteriormente da cidade de Campinas. A edificação fora construída em taipa de pilão e apresentava problemas com umidade, não proporcionando condições de abrigar os diversos setores da istração pública. Devido à necessidade de fazer um novo prédio o Governo da Província de São Paulo resolveu construir uma nova edificação para que se finalizassem os problemas. O crescimento e adensamento da malha urbana em direção a região da Estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, fez nascer uma nova área de desenvolvimento, que anteriormente se encontrava ocupada por atividades rurais. Com o aumento do trânsito de produtos e ageiros motivou a formação de um espaço especializado de comércio e de serviços, principalmente hospitalar. Devido a esta nova dinâmica urbana o gestor da época Francisco Quirino dos Santos, no ano de 1877, escolheu instalar a antiga instituição na Rua do Campo, atual Av. Andrade Neves, concretizado em 1879. O projeto é datado de 1893, e consta uma representação para o novo prédio a bandeira do Império Brasileiro, num claro testemunho de que sua confecção se dera anos antes e que seu projeto nascera orientado por uma estrutura de poder e gestão que, em meio às obras, já se fazia alterada pelo regime republicano. Depois de quase duas décadas de percalços para a liberação de verbas, o edifício foi construído entre os anos de 1895/1896 sendo inaugurado sem festividades. Recebeu os poderes executivo, legislativo e judiciário da cidade de Campinas, cuja planta foi assinada pelo engenheiro/arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo e sua construção ficou a cargo do Engenheiro Antonio Raffin, sob supervisão do Engenheiro Emílio Daufresne (Governo do Estado). Com a promulgação da República, as três instâncias de poder e gestão aram a operar com maior distinção, esvaziando-se o sentido original atribuído ao edifício. Em poucos anos, a Intendência deu lugar à Prefeitura Municipal, seguindo a istração executiva em conjunto com a Câmara Municipal, em 1908, para o grande edifício adquirido pela municipalidade: a Residência dos Ferreira Penteado.

Monumento à Mãe Preta
Membros do Clube 220, entidade que congregava agremiações negras do Estado de São Paulo, se empenharam na construção de um monumento à Mãe Preta em São Paulo, no começo dos anos 1950. A Câmara Municipal e os jornais Diário da Noite, Diário de São Paulo e Correio Paulistano debateram o assunto. A discussão resultou em um projeto de autoria do Vereador Elias Shammas que, aprovado na Câmara, deu origem a um concurso público de maquetes para a construção do monumento, instituído pelo prefeito Jânio Quadros em 1953. O trabalho vencedor foi o de Júlio Guerra (Santo Amaro, SP, 1912 – São Paulo, 2001), dada sua simplicidade e realismo, conforme avaliação da comissão julgadora e da imprensa. Em Campinas, o monumento é uma réplica da escultura paulistana, cujo original está localizado no Largo do Paisandu.

Solar Visconde de Indaiatuba
O Solar do Visconde de Indaiatuba é um prédio histórico no Centro da cidade de Campinas, no estado de São Paulo. História : O solar foi construído em 1846, para ser a moradia de Tereza Miquelina do Amaral Pompeu, irmã de Joaquim Bonifácio do Amaral (1815-1884), que posteriormente seria elevado a Visconde de Indaiatuba. Depois de se casar com sua sobrinha, filha de Tereza Miquelina, residiria por toda a vida naquele casarão. Sua construção foi em taipa de pilão. Além de ter sido residência de um dos homens mais prósperos e influentes de Campinas, o casarão torna-se sede do Club Campineiro a partir de 1891. Em 1901, em suas dependências foi fundado o Centro de Ciências, Letras e Artes. De 1926 a 1959, o Clube Semanal de Cultura Artística teve sua sede social no solar. Ao longo dos anos, o prédio teve diversas utilizações que o descaracterizaram profundamente. Hoje Funciona dentro do Solar o 7º Tabelião de Notas de Campinas.
Monumento a Bento Quirino
Estátua em bronze sobre pedestal de granito cinza. Obra do escultor Amadeu Zeni, executada no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo. Inaugurado em 18 de abril de 1918 no saguão do antigo Instituto Profissional Bento Quirino, hoje denominado Escola Profissional Bento Quirino, edifício atualmente ocupado pelo Colégio Técnico da Unicamp e depois transferido para a praça em seu nome, em 18 de abril de 1937, quando do centenário de seu nascimento. Bento Quirino dos Santos nasceu e morreu em Campinas. Comerciante abastado, prestou relevantes serviços à população por ocasião da epidemia de febre amarela, no final do século XIX. Presidente da Cia Mogiana de Estrada de Ferro. Filantropo, colaborou na fundação da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, da qual foi provedor e grande benemérito. Fundou e presidiu a Cia Campineira de Águas e Esgotos e a Cia Campineira de Iluminação à Gás. Abolicionista, republicano, foi delegado de polícia de Campinas após a proclamação da República. Participou da Convenção Republicana de Itu em 1873. Juiz de Paz em Campinas. Vereador à Câmara Municipal e cofundador do Clube Semanal de Cultura Artística.

Loja Maçônica Independência
No dia 23 de novembro de 1867, foi inaugurada a primeira loja maçônica de Campinas, de nome Independência, presidida por Pedro Ernesto Albuquerque de Oliveira, grande Inspetor Geral e “Delegado do Mui Poderoso Supremo Conselho do Grande Oriente do Brasil”. Uma semana depois da fundação, iniciou-se o crescimento de seu Quadro de Obreiros com o ingresso de notáveis cidadãos de Campinas como Francisco Glicério Cerqueira Leite, Jorge Miranda, Eloy Cerqueira, Antônio Benedito Cerqueira Leite, Bento Quirino Simões dos Santos, João Quirino do Nascimento, Joaquim Quirino dos Santos, Francisco de Paula Simões dos Santos, Francisco Quirino dos Santos, Rafael Sampaio, Manoel Ferraz de Campos Salles, entre outros. Naquela época, os membros da Loja Independência participavam ativamente da vida social e política da cidade e da região. Também praticavam várias ações na área de assistência à parcela da população mais carente. O prédio é tombado pelo Condepacc.

Fundição Lidgerwood
A empresa Lidgerwood Manufacturing Company Ltda instalou-se na cidade de Nova York, Estados Unidos da América, em 1801, e no Brasil no ano de 1862, na cidade do Rio de Janeiro. O fundador Sr. Lidgerwood aproveita-se do “boom” comercial que ocorria com a chegada da Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1868) inaugurando em Campinas o seu primeiro depósito na Rua do Comércio (atual Rua Dr. Quirino, n° 44). Permanece neste endereço até 1872, quando muda sua empresa inúmeras vezes de local. Em 1884 a empresa compra um terreno na Av. Andrade Neves, Largo da Estação, próximo à estrada de ferro. No prédio construído no decorrer de 1885 se instala com os equipamentos industriais para produzir as máquinas agrícolas em 1886. A Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922 quando vendeu o prédio para Pedro Anderson & Cia. Incorporation, que permaneceu no local até 1928 quando a Cia. Paulista de Estradas de Ferro (EF) o comprou. No ano de 1985 devido à implantação de um novo sistema viário correu o risco de demolição sendo impedido pelo manifesto do Grupo de História Regional Febre Amarela, ficando abandonado até 1991. O Museu da Cidade foi criado e ali instalado em 1992 para reunir os acervos de três museus, o Museu do Índio (1967), o Museu Histórico (1969) e o Museu do Folclore (1977), e com o propósito de estimular estudos e discussões sobre a trajetória histórica da cidade por meio de várias atividades. Atualmente o Museu da Cidade está funcionando na Casa de Vidro, no Taquaral, e o prédio da antiga fábrica Lidgerwood se encontra fechado.

Estátua de Dom Barreto
A estátua de Dom Barreto fica na Praça Dom Barreto, na Avenida da Saudade, Bairro Ponte Preta. Francisco de Campos Barreto nasceu em 28 de março de 1877, no Arraial de Souzas, município de Campinas. Era filho de Joaquim de Campos Barreto e Gertrudes Ludovina de Moraes. Manifestando desde cedo vocação para a vida sacerdotal, em setembro de 1890 foi matriculado no seminário episcopal de São Paulo. Em 22 de dezembro de 1900, foi ordenado na Catedral de São Paulo por Antônio Cândido Alvarenga e começou seu trabalho como vigário da pequena e recente paróquia de Vila Americana. Seguiu como pároco no Arraial de Souzas e, em 1904, foi transferido para a Matriz de Santa Cruz, em Campinas. Em 1908 foi nomeado Monsenhor Camareiro Secreto do Santo Padre, pelo Santo Padre Pio X, quando era na época um dos maiores animadores da criação da Diocese de Campinas. Em 12 de maio de 1911, foi eleito Bispo de Pelotas, no Rio Grande do Sul, pelo Santo Padre Pio X. Sua ordenação episcopal foi na Catedral de Campinas, em 27 de agosto de 1911. Por ato do Santo Padre Bento XV, em 30 de julho de 1920, foi transferido para a Diocese de Campinas, da qual tomou posse no mesmo ano, em 14 de novembro. Dom Barreto morreu em 22 de agosto de 1941, em Campinas. Em 1944, as irmãs de Jesus Cristo Crucificado, ao chegarem a Teresina, Piauí, prestaram homenagem ao bispo, fundando o Patronato Dom Barreto, que alguns anos depois, tornou-se o Instituto Dom Barreto.

Paço Municipal
O Paço Municipal ou Palácio dos Jequitibás é um dos marcos dos 250 anos de Campinas e um patrimônio histórico da cidade. Sede do governo municipal, o prédio possui 17 andares, além de dois pavimentos no bloco A e no bloco B, e subsolo. Também abrigou, até 2005, a Câmara Municipal. Além dos 2 mil servidores, am cerca de 500 pessoas pelo local. Com uma arquitetura modernista, o Palácio dos Jequitibás foi projetado pelo arquiteto Rubens Carneiro Viana e conta com espaços abertos, vãos livres, poucas paredes (os pilares de concreto delimitam os ambientes), esquadrias do piso ao teto com o uso de brises soleil em alumínio, além do mármore que reveste as paredes, pilares e o piso em vários andares. O Palácio dos Jequitibás foi inaugurado em 28 de outubro de 1968, substituindo o Palácio dos Azulejos. Seu nome faz referência aos jequitibás-rosa da gleba, que ficavam nos fundos do quintal da Santa Casa de Campinas. Uma das árvores, o Seu Rosa, tombou sozinho em janeiro de 1999, com aproximadamente 150 anos. Hoje, nos jardins do Paço Municipal há sete pés de jequitibá. Um deles tem cerca de 200 anos e recentemente foi recuperado após a queda de um raio no seu tronco.

Conjunto arquitetônico do Parque Ecológico
O conjunto é formado pela casa sede, casa anexa, tulha, capela e remanescentes arquitetônicos da antiga Fazenda Mato Dentro. A fazenda está instalada no Parque Ecológico Monsenhor José Salim – que é a maior área de lazer de Campinas em extensão, com 1,1 milhão de metros quadrados. A Fazenda Mato Dentro era uma das grandes produtoras de café em Campinas e era uma das que mais tinha escravizados. Menos de 10 anos antes da Abolição da Escravatura ali viviam mais de 200 escravizados. Em 1950 a fazenda foi vendida pelos herdeiros e, em seguida, transferida para o Governo do Estado, que a transformou em fazenda experimental, subordinada ao Instituto Biológico. O tombamento pelo Patrimônio Histórico ocorreu em 10 de maio de 1982. Em 1987 a área da fazenda foi transformada em parque pelo governo do Estado de São Paulo e em 2014 acabou transferida para a gestão da Prefeitura.

Casa Grande e Tulha
O engenho Tulha foi construído no auge da economia açucareira, entre 1790 e 1795, sendo possível que a Casa Grande seja uma construção remanescente de 1830, período em que se iniciava a montagem da estrutura cafeeira local. Considerada a mais antiga fazenda de café na cidade, a grande propriedade foi herdada por Maria Felicíssima Miquelina de Abreu, do padre e padrinho de batismo dela, Manoel José Fernandes Pinto. Supõe-se que o construtor da Casa Grande tenha sido seu marido Joaquim José Soares de Carvalho. No decorrer dos anos, a propriedade foi sendo dividida entre seus herdeiros. Arlindo Joaquim de Lemos herdou parte da fazenda que ou a se chamar Chácara Paraíso e posteriormente adquiriu a parte denominada Chácara Proença. Em 1941, a Chácara Proença foi novamente dividida, cabendo por sorteio a antiga sede da fazenda a Arlindo de Lemos Jr., que a vendeu à família Hossri. Em 1978, o arquiteto e ex-prefeito Antonio da Costa Santos adquiriu o lote de 2.688,75 m², com a Casa Grande e Tulha, situação a que foi reduzida a antiga fazenda. O imóvel foi tombado em 1990 pelo Condepacc a pedido de seu proprietário. Em seus estudos de doutorado na FAU-USP, o arquiteto tomou esta propriedade como objeto de pesquisa e a partir dele produziu um dos mais importantes estudos sobre a evolução urbana do município. Antonio da Costa Santos viveu com sua família no local até tornar-se prefeito da cidade de Campinas em 2001.

Busto Júlio de Mesquita
O busto de Júlio de Mesquita está presente na Praça Imprensa Fluminense, no Centro de Convivência, no bairro do Cambuí. Júlio César Ferreira de Mesquita, nasceu em Campinas, em 18 de Agosto de 1862, filho de pais portugueses. Júlio de Mesquita foi aos três anos de idade com os pais a Portugal para fazer os primeiros estudos. Ao regressar, estudou em Campinas, nos colégios “Caldeira Morton” e “Culto à Ciência”. Estreou nas letras com o conto ” Um lindo Natal”, publicado no ” Almanaque popular” de Campinas, em 1877. Foi apoiado por sua família nos estudos e formou-se pela escola do Largo de São Francisco de Direito, em 1883. Foi casado com Lucila de Cerquiera César, filha do senador José Alves de Cerqueira César e Maria do Carmo Salles, irmã de Campos Salles e tetraneta de Barreto Leme, fundador de Campinas. Tornou-se vereador de Campinas, secretário do primeiro governo provisório republicano de São Paulo, deputado à Constituinte paulista, senador estadual e deputado federal. No jornalismo, Júlio de Mesquita gerenciou o jornal A Provincia, fundado por adeptos do Partido Republicano. Nas mãos de Mesquita o jornal ganhou importância nacional. Em 1891, Júlio de Mesquita assumiu a direção de O Estado de São Paulo, dando início a dinastia que hoje controla o jornal e também a empresa. No dia 15 de Março de 1927, em São Paulo, Júlio de Mesquita morreu aos 65 anos de idade devido a problemas pulmonares. Ele está enterrado no Cemitério da Consolação em São Paulo.

Casa da Banda Carlos Gomes
Em 04 de julho de 1895 foi fundada a Banda Ítalo-Brasileira, que se tornaria uma das corporações musicais mais significativas no cenário cultural da cidade, sendo considerada em determinado período, a banda mais importante do interior do Estado. Quando do 36° ano da sua fundação, os responsáveis empenharam-se em angariar fundos e materiais para a construção da sede própria. Os recursos vieram das quermesses realizadas no Bosque dos Jequitibás, e das doações de materiais, mão de obra e do terreno, por famílias campineiras. No “livro de ouro” da Corporação constam as s e o material doado, como telhas sas, caibros, assoalho, cal, cimento, tijolos etc., bem como quem auxiliou nas pinturas dos ambientes. O prédio foi erguido para ensaios e apresentações musicais, sendo o primeiro com essas características em Campinas. No dia 04 de julho de 1931 dá-se a inauguração do edifício, sede de uma instituição hoje centenária, como é o caso da Banda Carlos Gomes. O prédio é tombado como patrimônio cultural de Campinas pelo Condepacc e está localizado na Rua Benjamin Constant, no centro da cidade.

Largo do Pará
Localizado entre as ruas Barão de Jaguará e Duque de Caxias e avenidas Francisco Glicério e Aquidabã, o Largo do Pará possui uma área de 9.930 metros quadrados, com coreto, chafariz e playground. O Largo do Pará teve vários nomes ao longo de sua história, sendo a primeira delas “Independência”, no ano de 1848. A denominação “Pará” foi dada pela Câmara Municipal em 1896, em homenagem ao maestro Carlos Gomes, cidade onde morou e faleceu. O nome substituiu a então denominação “Largo do Tanquinho”. Em 1927, por ocasião do bicentenário do café, o Largo do Pará recebeu um monumento em homenagem ao café, já que Campinas foi o mais importante centro produtor de café do país. Finalmente, depois de receber diversas outras denominações, a nomenclatura “Pará” voltou a designar o Largo, conforme Lei nº 515, de abril de 1937. Por medidas de ordem sanitária e também em razão da modernização urbanística da cidade, o Largo do Pará foi arborizado e ajardinado em 1899, marcando uma nova concepção de espaço público, pautada pela “sociabilidade laica e autônoma dos jardins”, expressão-síntese da vida burguesa, urbana, industrial e moderna.

Busto Alvaro Ribeiro
O busto de Álvaro Ribeiro foi colocado no Largo do Pará, região central da cidade, há 62 anos. Filho de Maria Augusta e Antônio Joaquim Ribeiro, portugueses, Ribeiro nasceu em 1876 e viveu somente até os 53 anos. Porém, fundou dois jornais, o Correio Popular e o Diário do Povo, participou da fundação de outros dois, construiu e dirigiu um hospital para crianças pobres e dois colégios, o Cesário Motta e o Ateneu Paulista. Foi vereador por sete legislaturas consecutivas.

Capela Nossa Senhora da Boa Morte
A capela da Santa Casa de Misericórdia de Campinas foi construída por José Bonifácio de Campos Ferraz, Barão de Monte-Mor, que nasceu em Campinas e foi batizado no dia 14 de março de 1815, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição – Matriz Velha, atual Basílica Nossa Senhora do Carmo- pelo vigário padre Joaquim José Gomes. O altar-mor, único altar ali existente, é todo trabalhado em mármore e de fino lavor. Ladeando a entrada da capela-mor, encontram-se duas artísticas imagens de mármore, representando São Vicente de Paulo e Santa Isabel, apóstolos da caridade cristã.

Busto Luiz de Camões
O busto de Luís Vaz de Camões está situado na praça que também tem se nome, próximo ao hospital Beneficência portuguesa, no cruzamento das ruas Onze de Agosto/Sebastião de Souza/ Saldanha Marinho e Marechal Deodoro. Luís Vaz de Camões nasceu na cidade portuguesa de Coimbra, por volta de 1525, e faleceu na cidade de Lisboa, em 10 de junho de 1580. Sua obra-prima, Os Lusíadas, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, dedicado ao rei Dom Sebastião, valeu ao poeta uma pensão de 15 mil-réis ao ano. Segundo consta, Camões nunca recebeu esse benefício com regularidade. Morreu na miséria e foi enterrado como indigente.

Cemitério da Saudade
Fundado em 1880, o Cemitério Municipal da Saudade é um dos mais importantes do País pela riqueza arquitetônica e das sepulturas que ostentam verdadeiras obras de arte. Em uma área de 181,5 mil metros quadrados e 30 mil sepulturas, ele está dividido em cinco cemitérios anexos, que são o Cura D´Ars (para vítimas de febre amarela), o São Miguel e Almas (para os negros católicos), o Terceira Ordem do Carmo, o Santíssimo Sacramento (para católicos brancos) e o São José. Entre as personalidades ali sepultadas estão os prefeitos Manuel de Assis Vieira Bueno, Orosimbo Maia, Heitor Penteado e Antônio da Costa Santos (Toninho); os nobres do Império Barão de Itapura, Barão Geraldo de Rezende e Barão de Ibitinga; pessoas que fizeram história como Ferreira Penteado, Bento Quirino, Francisco Glicério, Mário Gatti, Clovis Antonio Garcia e Hércules Florence); além dos famosos Lelio Coluccini (escultor), Renato Corte Real (ator), Oliveira Filho (apresentador e radialista), Rodolpho Noronha (jornalista e escritor) e Cônego João Corrêa Machado. O Saudade também tem sepulturas de pessoas consideradas milagreiras, entre elas o escravo Toninho, que está sepultado ao lado do Barão Geraldo de Rezende; Maria Jandira, uma prostituta que ateou fogo ao próprio corpo quando teve seu casamento desfeito; e os três anjinhos, crianças que morreram por conta de um incêndio na casa onde viviam.

Monumento ao Presidente Campos Sales
Inaugurado em 8 de agosto de 1934 na praça Visconde de Indaiatuba (Largo do Rosário), o monumento foi posteriormente removido para o início da Avenida Campos Sales. A obra foi executada pelo escultor, Iolando Mallozi. Manoel Ferraz de Campos Sales nasceu em Campinas em 13 de fevereiro de 1841. Foi advogado, jornalista, vereador à Câmara Municipal de Campinas. Participou ativamente da propaganda Republicana e foi deputado provincial, deputado geral, abolicionista, Ministro da Justiça do governo Provisório Republicano e Presidente da República no quatriênio 1898-1902, destacando-se como restaurador das finanças nacionais.

Monumento Companhia Mogiana de Estrada de Ferro
O Monumento a Mogiana é um dos mais antigos de Campinas. Foi inaugurado em 2 de dezembro de 1897, para comemorar os 25 anos do início da construção da Ferrovia da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Uma curiosidade é que o monumento foi inaugurado na antiga Praça dos Ferroviários que se localizava onde hoje atualmente fica o Terminal Rodoviário da cidade. Anos depois o monumento foi transferido para a frente da Estação Cultura, onde está atualmente. É um dos mais simples e belos monumentos da cidade. É todo feito em ferro fundido e tem uma figura feminina sobre a base.

Pároquia Nossa Senhora das Dores
A Paróquia foi criada por decreto de Dom Francisco de Campos Barreto, de 27 de agosto de 1936, tendo sido desmembrada da Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Seu primeiro pároco foi o Padre Manuel Garcia do Amaral. A Igreja matriz teve lançada a sua pedra fundamental no dia 8 de agosto de 1937. O projeto arquitetônico é do Dr. Hoche Segurado e o projeto da arte final, no acabamento interno do templo é obra do Prof. Olavo Sampaio. A Paróquia de Nossa Senhora das Dores situa-se no Cambuí e canonicamente está configurada pelo território entre as ruas Sampainho, Júlio de Mesquita, Major Sólon, Avenida Norte-Sul e antigo leito da estrada de ferro Mogiana.
Fontes:
♦ https://conheca.campinas.sp.gov.br/
♦ Henrique Anunziata Historiador/CSPC/SMC/PMC
♦ https://www.facebook.com/pnsdores/?locale=pt_BR
♦ Secretaria Municipal de Cultura
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