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Os vigaristas (con)vencem? – por Luis Felipe Valle

O populismo na era informacional é ainda mais perigoso

Luis Felipe Valle Por Luis Felipe Valle
7 de setembro de 2024
em Colunistas
Tempo de leitura: 6 mins
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Os vigaristas (con)vencem? – por Luis Felipe Valle

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ascensão de lideranças que se utilizam da insatisfação popular para promover pautas perversas não é novidade. De Calígula e Nero, da Roma Antiga, Luis Bonaparte, da França do século XIX, Mussolini e Hitler, do nazifascismo europeu da segunda guerra mundial, a Ronald Reagan e Fernando Collor, Donald Trump, Jair Bolsonaro e Javier Milei, figuras controversas conquistaram legiões de seguidores com discursos repletos de demagogia, conservadorismo disfarçado de renovação e a violência característica de governos repressivos e autoritários que criaram ou reforçaram.

Com a popularização dos meios de comunicação, especialmente as redes sociais conectadas pela internet, a chance de figuras tidas como outsiders do jogo político ganharem notoriedade aumentou exponencialmente. Todos os dias, a cada instante, os algoritmos testam e mapeiam contas e usuários diante das interações e engajamento que produzem. Quanto mais atenção conseguem, mais poder recebem das plataformas programadas e calibradas para prender usuários e usuárias no emaranhado de conteúdos patrocinados, anúncios publicitários e o enraizamento do discurso neoliberal apresentado como entretenimento.

A eleição de influenciadores digitais tem infestado o Congresso, Câmaras e Prefeituras com pessoas incompetentes, completamente despreparadas e incapazes de exercer o poder de forma democrática, sem o menor interesse ou compromisso em priorizar os interesses coletivos e as demandas da população ao invés de perseguir as próprias ambições.

É fato que muito antes da internet e dos meios de comunicação em massa esse fenômeno já era relativamente comum, mas a completa falta de regulamentação e a ausência de limites éticos e legais ao uso das redes tem reforçado a máxima de que nada é tão ruim que não possa piorar.

A vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018 mostrou o poder da internet e a velocidade com que notícias falsas, discurso de ódio, negacionismo científico e sensacionalismo barato conseguem infectar milhões de pessoas e transformá-las em replicadores de desinformação. Além de milhões de mortes causadas por presidentes e primeiros-ministros da ultradireita negacionistas durante a pandemia da Covid-19 no mundo todo, a mobilização de pessoas invadindo o Capitólio em Washington, em 2021, e os ataques antidemocráticos em Brasília, em 2023, comprovam que os efeitos nocivos do ativismo digital transbordam o ciberespaço, afetando gravemente o mundo fora das infovias.

Este ano, as eleições para a Prefeitura de São Paulo, a maior cidade do Brasil e do hemisfério sul do planeta, manifestam graves sintomas do cenário socioeconômico do neoliberalismo na era informacional. Pessoas endividadas, trabalhando horas a fio de forma precária, enfrentam o sucateamento da Educação e da Saúde e o recrudescimento de uma agenda moralista retrógrada, enquanto momentos de lazer e descanso tornam-se cada vez mais raros e caros, conforme a natureza segue sendo destruída e as relações humanas são mercantilizadas em nome do progresso urbano-industrial e da expansão predatória do agronegócio.

Cada vez mais alienadas de si mesmas e das relações de confiança, cooperação e solidariedade que tecem vínculos sociais, cidadãos e cidadãs se reduzem a consumidores, perdendo tempo e dinheiro com promessas vazias de dinheiro fácil e algum tipo de compensação moral ou reconhecimento artificial numa versão ainda mais medonha da meritocracia que vendem os tais coachs de empreendedorismo e lifestyle, como Pablo Marçal.

O que os vigaristas que anunciam fórmulas mágicas para o sucesso não contam é que enriquecem vendendo-as, e não as seguindo. Especulação financeira com investimentos em ativos duvidosos, esquemas de pirâmides e lavagem de dinheiro com cassinos e apostas online, empresas de fachada controladas pelo crime organizado, sócias da corrupção público-privada, pastores que enriquecem através da extorsão de fiéis nas igrejas, de golpes e fraudes bancárias – tudo isso está por trás do “sucesso” dos gurus que tanto falam de trabalho honesto, caráter e merecimento.

A estrutura que sustenta esse gigantesco esquema mercenário também se beneficia enormemente dele: bigtechs como a Google, a Meta (do Facebook, Whatsapp Instagram) e o X (do oligarca Elon Musk) estão entre as empresas mais valiosas do mundo às custas da corrosão dos pilares em que se sustentam as democracias, dando espaço para o ciberterrorismo de populistas que se promovem e lucram com a monetização do ódio, de mentiras, do negacionismo e do sensacionalismo, esvaziando agendas políticas essenciais à população.

A velocidade das mudanças do capitalismo informacional substitui atores que se tornam descartáveis em prazos cada vez menores, como tem acontecido com o ex-presidente Bolsonaro, soterrado pela meteórica ascensão do candidato falastrão à Prefeitura de São Paulo.

Entre milhões de seguidores que apoiam Pablo Marçal, poucas o fazem por conta de projetos voltados à educação municipal, à saúde e à segurança públicas ou aos graves problemas logísticos de saneamento, habitação e mobilidade urbana na capital. Para pessoas desesperadas em romper com o sistema que as escraviza, quanto mais bizarra for a solução apresentada para problemas estruturais, melhor.

Muitas vezes com grandes limitações para analisar de forma crítica o cenário político e o contexto mais amplo em que propostas inviáveis são apresentadas, eleitores e eleitoras tendem a se apegar a agendas de costumes e na infantilização do debate como uma luta do bem contra o mal ao buscar identificação com a pessoa que consideram não a mais preparada para governar, mas para enfrentar, com agressividade, o “sistema” que julgam inadequado ou ineficiente.

Os vigaristas convencem a população de que são os melhores para trazer mudanças porque teriam, conforme afirmam, decifrado, superado e vencido o jogo cujas regras prometem mudar. O que escondem, todavia, é que não são revolucionários, mas transgressores e criminosos que violam leis e desrespeitam princípios básicos da convivência coletiva, elevando o individualismo e o imediatismo à expressão máxima do sucesso que pregam ter alcançado.

Quando líderes ultranacionalistas, como Mussolini, Hitler e Bolsonaro convenceram as massas com o discurso conservador de resgate ao ado glorioso, militarizado e tradicionalista de repressão ao progresso, genocídio dos diferentes e censura aos direitos humanos fundamentais, havia ali um projeto que considerava interesses de elites financeiras, culturais e até mesmo alguma crença genuína na necessidade de combater monstros invisíveis como o comunismo. Lideranças populistas como Pablo Marçal configuram outro tipo de ameaça às democracias, porque não têm qualquer compromisso verdadeiro com seu povo ou sua nação. Estão comprometidos exclusivamente com seus ganhos pessoais, arruinando os espaços de debate público ao reduzi-los a cenário para a exibição da mais vergonhosa e grotesca demonstração de falta de ética e caráter em busca de autopromoção e engajamento de público nas redes sociais, custe o que custar.

Páreas sociais, que se sentem rejeitados ou punidos pela incapacidade de viver em grupo, respeitando acordos e tolerando a diversidade, imediatamente se sentem representados, empoderados e vingados por alguém que exalte a ignorância e rejeite não só as convenções que permitem o convívio coletivo civilizado, mas a própria ciência, a lógica e o bom senso.

Balançam uma carteira de trabalho para provocar um professor universitário, tripudiam de uma mulher que busca o debate razoável em meio à balbúrdia, desconfiam de órgãos internacionais produtores de ciência e tecnologia, fazem acusações sérias que ofendem a dignidade de pessoas públicas sem provas, e am impunes, se alimentando do caos que produzem.

Valendo-se do êxito alcançado de maneira inescrupulosa, legitimam suas ações com base na aceitação popular, engrossada pelo uso de bots e perfis falsos, alavancada pela lógica de funcionamento de algoritmos projetados para maximizar as margens de lucros de empresas que lucram com a espetacularização da fome, das guerras, da pobreza, da ignorância e das tensões criadas pela polarização política, do negacionismo histórico-científico e de crimes virtuais.

Voltar uma década atrás à frase “não alimente o troll” nos permite pensar sobre o que ainda virá. Simplesmente ignorar as pessoas que se entranham pelas brechas do sistema que juram combater e se promovem utilizando técnicas rasteiras não evita que ganhem cada vez mais espaço nos meios controlados por veículos de comunicação e setores econômicos beneficiados pela desinformação. Pautar problemas que afetam a população de forma realista, bem como apresentar projetos que possam solucioná-los de maneira eficiente e praticável, entretanto, não gera tanta comoção e audiência quanto discutir absurdos e repercutir baixarias.

Um governo eleito, afinal, bem como a qualidade dos conteúdos difundidos pela imprensa, refletem as demandas e se modelam de acordo com as expectativas e nível de exigência da população.

Por consequência, governantes, comunicadores e influenciadores intencionalmente mantêm o baixo nível das discussões e boicotam o pensamento crítico-reflexivo, condenando a população ao eterno ciclo do autoengano, da frustração, da busca equivocada por culpados e do apoio a medidas extremistas que reafirmam a lógica perversa do capitalismo de exploração da vida, mercantilização do tempo e monetização da atenção.

Tal como nos cassinos e jogos de azar, a vitória é certa apenas a quem manipula massas e resultados, oferecendo como chamariz não mais do que pequenas recompensas e promessas vazias às pessoas que, conscientes da violência que sofrem e fazem reverberar, seriam justamente a força motriz capaz de subverter a tirania dos privilégios anunciada como novidade desde que a humanidade se deixou convencer de que é preciso pagar para viver.

 

Luis Felipe Valle é professor universitário, geógrafo, mestre em Linguagens, Mídia e Arte, pós-graduado em Neuropsicologia.

 

 

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