O tema deste artigo é sobre a relação entre o tempo e a maturidade. Qual a sua opinião sobre tal relação? De fato uma pessoa com uma idade avançada é uma pessoa madura? Gostaria de convidar você para essa reflexão pertinente, principalmente, nessa nova era digital na qual estamos sendo engolidos, em que os adolescentes se enxergam mais experientes, maduros, sábios em relação à geração ada, considerando-os ultraados, posso contar com sua companhia? Fico feliz, então bora!
Será que apenas fazer aniversário, ano após ano, vivendo uma vida descomprometida, relaxada, gera na pessoa uma maturidade? Você acredita que uma pessoa de 20 anos de idade possa ter grande maturidade tal como uma pessoa com mais de 50 anos? Será que essa pessoa jovem conseguiu aprender com as dificuldades, erros que vivenciou em uma infância limitada, carente de afetos, carente de bens matérias, buscando vencer na vida, conservando princípios e valores não pode ser tão ou mais madura quanto aquela pessoa mais velha que teve uma vida sem obstáculos, herdando bens materiais, atraindo para si pessoas interesseiras, sendo uma pessoa sem princípios éticos e valores que acabam atropelando suas relações pessoais, profissionais e familiares?
Há muitas interpretações nessa temática, já que a realidade é particular e não tenho a pretensão de generalizar, como citado acima, um jovem então pode sim ser tanto ou mais maduro que uma pessoa mais velha, porém como citei na introdução, eu enquanto professor; identifico o deboche e o sarcasmo advindo de alguns jovens que menosprezam a experiência de vida dos mais velhos que, por vezes, não tem um conhecimento digital.
Já tive a oportunidade de ver jovens de 15 anos desfazendo de idosos que não tiveram estudos básicos e aram a vida na roça, enfrentando dificuldades de o a saúde, a alimentação e não sabem sequer mexer em um celular. Nesse caso quem é mais experiente e possui maturidade: o adolescente debochado ou o casal de idosos que ainda vivem juntos ando por tantas adversidades e dificuldades que a vida lhes colou frente a frente?
Creio que todos, em algum momento da vida, irão se deparar com problemas, imprevistos que irão prejudicar os planos de vida (se é que a pessoa em questão possui um, enfim…), aqui pressuponho que, para enfrentar as contingências e adversidades da vida, seja necessário à virtude da flexibilidade e principalmente da reação.
Flexibilidade para não se deixar abater com o ocorrido; é conseguir ‘aguentar a pancada da vida, e que mesmo caindo, a pessoa consiga levantar’ (tal como em uma luta de boxe), já a virtude da reação diz respeito à como você vai absorver os impactos emocionais dos obstáculos a ponto de com eles aprender, sem se vitimizar, assumindo a responsabilidade e levar para si os frutos positivos que teve a oportunidade de colher.
Sinceramente, não sei se a idade por si só, inserida no tempo, possa a vir a trazer maturidade, acredito no poder da reação mediante os problemas. Ouso dizer que uma pessoa experiente é uma pessoa madura e que com ela consigamos aprender conteúdos muito mais úteis do que os que aprendemos na escola tradicional, pois essa pessoa madura e experiente foi aluna da escola da vida, a melhor de todas e hoje pode ser encarada como uma pessoa com a qualificação de um professor, de uma professora, sobre como enfrentar as dificuldades, contornando os obstáculos e crescendo como pessoa, a partir deles!
Não sei qual a sua idade minha caríssima leitora, meu caro leitor, mas a pergunta que lhe faço, típica da filosofia é: você se considera uma pessoa madura a ponto de ensinar seus aprendizados obtidos na ‘escola da vida’ para seus filhos/ ou crianças que com você convivem? O que você diria a respeito de como ter uma vida digna, de princípios e valores, de respeito para com o próximo, da luta por direitos e dos deveres que lhe competem enquanto um cidadão?
Haveria uma fórmula pronta e acabada que você possa ar a nova geração ou uma boa estratégia seria deixa-los se frustrarem, ‘quebrando a cara’ para aí sim, aprenderem, na dor? Há quem aprenda no amor, há quem infelizmente ou felizmente opte inconscientemente pela dor.
Saber lidar com essa experiência negativa é uma importante ‘chave’ para que o trauma registrado no viés emocional, como bem explora a psicanálise, possa vir a comprometer futuros os na vida da vítima de tal situação, fazendo-a se sentir inútil e impotente ao invés de experiente e madura e confiante, sem se esquecer da humildade (que percebo estar faltando na geração mais nova, sem generalizar).
Thiago Pontes Thiago Pontes é Filósofo, Psicanalista e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial